terça-feira, 9 de março de 2010





Biscoito da sorte












Eu estava lá. Sentindo todos os sentidos aguçados ao mesmo tempo. Lembro de sentir o cheiro de chiclete que a fumaça do palco soltava parecendo querer deixar todos os convidados drogados, o lenço macio e assustador ao mesmo tempo, os olhares para o alto e o meu que só estava pretendendo chegar á salvo no solo... Solo? Chão? Era o que me faltava! Mas eu sempre tive os pés no chão mesmo quando estava sonhado acordada ou pensando em alguém que nunca iria me dar bola: Clay Tompson!


E pro meu desespero ele estava lá, pela primeira vez me olhando. Provavelmente ele devia está pensando: Nossa! Essa é a louca que me mandou convite sem eu nem conhece-la?!


Balancei a cabeça na tentativa de por pra fora todos os pensamentos ao contrario.


- O pano! - dei um suspiro. É azul!


O Azul é a cor do céu, do espírito e do pensamento. Simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e subtileza. Simboliza também o ideal e o sonho. É a mais fria das cores frias.


Subtileza.... Essa palavra não me era estranha. Sim, a professora de Literatura tinha me dito o significado: Delicadeza. Agudeza, penetração de espírito. Argumento ou raciocínio próprio para embaraçar a outrem.


E eu estava mesmo deciida a embaraçar as vistas que me apontavam como alvo. Ou eu seria a Jess super-legal ; Ou a Jess aberração e torceria para virar invisivel novamente.


Desci o meu pé esquerdo que estava enrolado no pano com a mão direita segurei minha perna direta e fui levantando numa abertura vertical. - Pelo menos o Balet me serviu para algo. Desci a perna direita e dividi o pano em duas partes, enrolei um pedaço no braço esquerdo e o outro no direito. Fiz uma abertura horizontal e comecei a rodar com o pano. Ouvi aplausos ensurdecedores que vinham de baixo. tentei me concentrar e me desequilibrei, acabei ficando de cabeça pra baixo e foi quando as pessoas foram a loucura! O "apse" da minha apresentação, mesmo tendo sido um erro. Fui escurregando levemente pelo lenço, quando vi que tinha mais ou menos um espaço de 1 metro entre a doente de cabeça pra baixo e o seguro, firme e sólido chão dei um mortal e parei de pé no palco. Agradeci e as cortinas fecharam! Fiquei furiosa, meus minutos de glória foram apagados por uma cortinha lilás.


O Lilás, significa espiritualidade e intuição.
- Meu Deus! Você estava maravilhosa... - disse Loren.


- Jess! - gritou Cix. - Fui andando tremula ainda da minha experiencia quase morte... tanto social, quanto vital.


- Oi. - respondi.


- Quem... O que... Você quer me matar? - reclamou Cix.


- Mãe eu..- engoli o choro.


- Seu cabelo está lindo, sua apresentação foi magnífica e .... Caramba Jess! Porque não me contou nada?! - eu simplesmente a abracei.


- Querida! Os convidados querem te ver... - disse Loren me puxando. Fomos para o meio do salão quando me deparei com ele. Eu não podia acreditar nos que meus olhos viam, como... por que razão.... Tia Loren!


- Jess, tudo bem? - disse ela me olhando com seus oslhos de amendoas autamente desejaveis.


- Onde você o achou? - perguntei.


- Não o achei querida! Ele disse que queria dar os parabéns pessoalmente...


- De quem você está falando? perguntei nervosa.


- Do Clay! O garoto mais cobiçado do colégio.... E ele parece está afim de você, mesmo que você não estude lá para ele se exibir pros outros.


- Eu estou falando do palhaço!


- Palhaço? Jess, não vai regredir a infânci agora,né?


- Eu não quero brincar...Só preciso saber onde achou ele.


- Foi nu farol, perto do hospital que você faz tratamento. - Era tudo o que eu temia ouvir, aquele palhaço parecia saber muito mais sobre mim do que eu mesma. Ela parecia está me ajudando a descobrir quem eu sou. Aquele coração que ele desenhou... que intrigou minha cabeça até o caminho de casa...


- Oi! - meus olhos fitados no palhaço que fazia um balão divertido para uma garota mas não tirava os olhos de mim. Me virei ainda tentando olhar todos os movimentos do palahaço. Perdi minha concentração quando vi que Clay estava na minha frente. Tia Loren me catucou para eu dizer algo e logo depois saiu...


- Oi.... Claa - eu não sabia se poderia falar seu nome, talvez ele pensaria que eu fosse uma psicopata doentia por ele... como todas as garotas do Stanford High School. Então resolvi repetir a saudação, ideia infeliz:


, -, ,, Oi.,


- O, OOi. - ele respondeu agora um pouco mais longo. Não me contive e mordi os lábios para não soltar uma risadinha.


- Você me conhece? - ele perguntou.


- Ah, eu? Não, não... é que eu mandei convite para a representante da sua turma para ela convidar quem ela quizesse...


- Você estuda Stanford High School?


- Ah, não! Ano que vem provavelmente... - respondi meio sem postura, eu não sabia se sobreviveria até o ano que vem... Quanto mais ganhar um coração para enfim ter uma vida normal.


- Biscoitinhos da sorte! - disse Loren passando com uma bandeija. Eu peguei um e Clay também pegou o seu.


- Vamos comer junto! - disse ele. Me atrevi a fazer a contagem regressiva:


- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, 0! - comemos.


- O que saiu no seu? - perguntei quando vi ele acabando de mastigar.


- Esperta! Falça você primeiro... - retrucou ele.


- Ainda nem achei o meu... - foi quando eu me engasguei. Botei rapidamente a mão na boca e tirei o papel plastificado que dizia:

- Riqueza, saúde e sucesso. Não dependem só de sorte. Basta conhecer o segredo nas livrarias.