segunda-feira, 15 de março de 2010




Biscoito da sorte!



Olhei para ele afim de revelar a minha "sorte" , mas olhando assim, desse ângulo... Eu via lá no fundo o palhaço, olhando pra mim e me recriminando de qualquer ato que ele não estivesse de acordo. Ignorei o palhaço e qualquer aviso do destino, mesmo que o lenço e sua cor digam para eu seguir minha intuição... Hoje eu só queria ser normal. Ser a Jess! E não a louca cheia de supertições e doente.

- Então, o que está escrito? -perguntou Clay.

- Riqueza, saúde e sucesso. Não dependem apenas de sorte. Basta conhecer o segredo nas livrarias. - respondi.

- Posso ir na livraria com você? - disse Clay. - passei a mão esquerda nos cabelos que agora não batem mais debaixo do ombro. Estão repicados num chanel.... digamos, Victoria Beckham.

- O que diz o seu? - perguntei tentando fugir do meu desespero de querer dizer sim e minha dor de não saber se estava preparada para um encontro. Ainda mais um encontro literário. Provavelmente ele iria me perguntar quantos livros eu já tinha lido, e o que eu iria dizer?! Branca de neve e os sete anões?! A chapelzinho vermelho?!

- 4:00 da manhã... seu dia chegou! - disse Clay.

- Não entendi! - eu disse.

- Nem eu.... Ou, será que nós devemos ir a uma livraria ás 4:00 da manhã?!



- Não viaja! -respondi. - nós rimos e fomos dançar. Tinha uma garota que não para de nos olhar, devia ser amiga do palhaço. Aliás, palhaço?!- Olhei tudo a minha volta e não o vi mais. Jurei a mim mesma nunca mais falar com palhaços... Eu estou tão bem, tão segura de mim mesma, não sei porque sinto que a festa está acabando... Queria que fosse até as 4:00 da manhã para sair pela rua em busca de uma livraria com Clay. Ele me olhou e disse:
- Qualquer dia eu te ligo pra gente ir numa livraria as 4:00 da manhã! - eu mordi os lábios prendendo uma risadinha que obviamente deixaria as maçãs do meu rosto vermelhas.
- Está bem! - isso foi o melhor que eu pudi dizer?! Quando vi ele indo em direção a porta fiquei com raiva de mim por não ter assumido o controle da situação... Ele abriu a porta e eu desejei com os olhos fechados que lá fora estivesse uma chuva temporã e avassaladore e o fizesse voltar. Que nada! a noite estava linda e luminosa. Ele deu a ultima olhada e se foi. Senti que minha nova vida fora mais rápida do que eu imaginava... Mas ela estacionou, ali na porta. Fui subindo as escadas e sentido um olhar por de trás, me virei na esperança... Era ela, a vida ficou por ali me olhando por trás.



-Triiiiiiiiiiiiimmmm!!!! - toca o telefone. - Olhei para tia Loren que impacotava a festa que tinha dado seu ultimo suspiro de vida e ela fez que não com a cabeça. Fiz uma cara de brava e desci novamente a escada para atender o telefone. Eu tinha avisado pra minha mãe por um extensão na parte de cima da casa, mas alguém me ouvi?
- Alô? - disse nun tom rustico.
- Jess? - disse uma voz máscula e bem conhecida.
- Doutor FIORELLI?! Porque não veio na minha festa?
- Estou de plantão e... - o interrompi.
- Mas é a minha festa e o sr jurou que viria!
- Não se preocupe! seu presente está a caminho...
- Presente? O que é? Sabe muito bem que não sou nem um pouco curiosa meu caro rapaz! - ele sorriu e disse:
- Sua mãe está?
- Sim. - respondi.
- Pode chama-la? - fui correndo antes mesmo de dar a resposta, encontrei minha mãe tirando o lenço azul do palco. Disse a ele que o doutor Fiorelli estava no telefone e ela imediatmente se dipos a ir atender... Eles devem está tramando um festinha surpresa no hospital...-pensei- Fiquei ali, no pé dela! Tentando ouvir algo. nada! Até que ela disse:
- Jess, pega o bippi. Sem entender nada fui para o meu quarto peguei o bippi e levei até ela, e foi quando ela disse:
- FELIZ ANIVERSÁRIO!
- Mãe o bippi eu já tenho desde os 7 anos de idade! - Mas foi a primeira vez que ele deu seu grito
de vida! Eu sabia o que aquilo significava, mas não queria me empolgar antes do tempo.

Vi uma lágrima cristalina rolar no rosto de minha mãe. Loren sempre dizia que as lágrimas faziam caminhos de dor nos rostos, e quando chegavam aos lábios eram como um mar de água salgada que lhe cortava a garganta. A lágrima foi percorrendo as bochechas fartas e avermelhadas de Cix, depois foi se acomodando na ponta do nariz. Quando pensei que ali ela iria estacionar me dei conta de que ela estava se preparando para um salto mortal que a faria cair em seus lábios. Fiquei atônita esperando a reação de Cix... E o que ela fez? Ela abriu um sorriso lindo e contagiante. Eu sorri mesmo sem saber o porque. Ela me abraçou e disse:

terça-feira, 9 de março de 2010





Biscoito da sorte












Eu estava lá. Sentindo todos os sentidos aguçados ao mesmo tempo. Lembro de sentir o cheiro de chiclete que a fumaça do palco soltava parecendo querer deixar todos os convidados drogados, o lenço macio e assustador ao mesmo tempo, os olhares para o alto e o meu que só estava pretendendo chegar á salvo no solo... Solo? Chão? Era o que me faltava! Mas eu sempre tive os pés no chão mesmo quando estava sonhado acordada ou pensando em alguém que nunca iria me dar bola: Clay Tompson!


E pro meu desespero ele estava lá, pela primeira vez me olhando. Provavelmente ele devia está pensando: Nossa! Essa é a louca que me mandou convite sem eu nem conhece-la?!


Balancei a cabeça na tentativa de por pra fora todos os pensamentos ao contrario.


- O pano! - dei um suspiro. É azul!


O Azul é a cor do céu, do espírito e do pensamento. Simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e subtileza. Simboliza também o ideal e o sonho. É a mais fria das cores frias.


Subtileza.... Essa palavra não me era estranha. Sim, a professora de Literatura tinha me dito o significado: Delicadeza. Agudeza, penetração de espírito. Argumento ou raciocínio próprio para embaraçar a outrem.


E eu estava mesmo deciida a embaraçar as vistas que me apontavam como alvo. Ou eu seria a Jess super-legal ; Ou a Jess aberração e torceria para virar invisivel novamente.


Desci o meu pé esquerdo que estava enrolado no pano com a mão direita segurei minha perna direta e fui levantando numa abertura vertical. - Pelo menos o Balet me serviu para algo. Desci a perna direita e dividi o pano em duas partes, enrolei um pedaço no braço esquerdo e o outro no direito. Fiz uma abertura horizontal e comecei a rodar com o pano. Ouvi aplausos ensurdecedores que vinham de baixo. tentei me concentrar e me desequilibrei, acabei ficando de cabeça pra baixo e foi quando as pessoas foram a loucura! O "apse" da minha apresentação, mesmo tendo sido um erro. Fui escurregando levemente pelo lenço, quando vi que tinha mais ou menos um espaço de 1 metro entre a doente de cabeça pra baixo e o seguro, firme e sólido chão dei um mortal e parei de pé no palco. Agradeci e as cortinas fecharam! Fiquei furiosa, meus minutos de glória foram apagados por uma cortinha lilás.


O Lilás, significa espiritualidade e intuição.
- Meu Deus! Você estava maravilhosa... - disse Loren.


- Jess! - gritou Cix. - Fui andando tremula ainda da minha experiencia quase morte... tanto social, quanto vital.


- Oi. - respondi.


- Quem... O que... Você quer me matar? - reclamou Cix.


- Mãe eu..- engoli o choro.


- Seu cabelo está lindo, sua apresentação foi magnífica e .... Caramba Jess! Porque não me contou nada?! - eu simplesmente a abracei.


- Querida! Os convidados querem te ver... - disse Loren me puxando. Fomos para o meio do salão quando me deparei com ele. Eu não podia acreditar nos que meus olhos viam, como... por que razão.... Tia Loren!


- Jess, tudo bem? - disse ela me olhando com seus oslhos de amendoas autamente desejaveis.


- Onde você o achou? - perguntei.


- Não o achei querida! Ele disse que queria dar os parabéns pessoalmente...


- De quem você está falando? perguntei nervosa.


- Do Clay! O garoto mais cobiçado do colégio.... E ele parece está afim de você, mesmo que você não estude lá para ele se exibir pros outros.


- Eu estou falando do palhaço!


- Palhaço? Jess, não vai regredir a infânci agora,né?


- Eu não quero brincar...Só preciso saber onde achou ele.


- Foi nu farol, perto do hospital que você faz tratamento. - Era tudo o que eu temia ouvir, aquele palhaço parecia saber muito mais sobre mim do que eu mesma. Ela parecia está me ajudando a descobrir quem eu sou. Aquele coração que ele desenhou... que intrigou minha cabeça até o caminho de casa...


- Oi! - meus olhos fitados no palhaço que fazia um balão divertido para uma garota mas não tirava os olhos de mim. Me virei ainda tentando olhar todos os movimentos do palahaço. Perdi minha concentração quando vi que Clay estava na minha frente. Tia Loren me catucou para eu dizer algo e logo depois saiu...


- Oi.... Claa - eu não sabia se poderia falar seu nome, talvez ele pensaria que eu fosse uma psicopata doentia por ele... como todas as garotas do Stanford High School. Então resolvi repetir a saudação, ideia infeliz:


, -, ,, Oi.,


- O, OOi. - ele respondeu agora um pouco mais longo. Não me contive e mordi os lábios para não soltar uma risadinha.


- Você me conhece? - ele perguntou.


- Ah, eu? Não, não... é que eu mandei convite para a representante da sua turma para ela convidar quem ela quizesse...


- Você estuda Stanford High School?


- Ah, não! Ano que vem provavelmente... - respondi meio sem postura, eu não sabia se sobreviveria até o ano que vem... Quanto mais ganhar um coração para enfim ter uma vida normal.


- Biscoitinhos da sorte! - disse Loren passando com uma bandeija. Eu peguei um e Clay também pegou o seu.


- Vamos comer junto! - disse ele. Me atrevi a fazer a contagem regressiva:


- 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, 0! - comemos.


- O que saiu no seu? - perguntei quando vi ele acabando de mastigar.


- Esperta! Falça você primeiro... - retrucou ele.


- Ainda nem achei o meu... - foi quando eu me engasguei. Botei rapidamente a mão na boca e tirei o papel plastificado que dizia:

- Riqueza, saúde e sucesso. Não dependem só de sorte. Basta conhecer o segredo nas livrarias.

quarta-feira, 3 de março de 2010


Anjo Azul.
- Jess, você precisa ouvir as pessoas antes de sair fazendo birra! - diz Loren.

- Veio me dar bronca porque eu não quero...

- Não! Eu só vim fazer você me escutar antes de criticar a ideia. Como você acha que sua mãe ficou com aquela reação estérica que você teve? heim? Parou pra pensar no quanto ela gastou por aquilo? No trabalho que ele teve de arrumar aquilo em cima da hora?

- É, acho que eu não fui nada compreensiva. Parabéns! Estou me sentindo um monstro pelo que eu fiz...

- Mas você ainda pode se redimir...- disse Loren balançando a sacola!

- O que tem aí? - perguntei.

- Abra! - respondeu ela. - tirei o lacre da sacola e subitamente olhei para a um smokey feminino, smokey-maiô, não de que forma devo chamar mas era lindo! Tinha um maiô branco com pedras cintilantes e azuladas... por cima tinha o tal smokey azul! Como o dono do circo! Eu era mesmo a anfitrian da festa... Olhei para tia Loren e ablancei a cabeça em reprovação.

- Cix iria esquecer essa briga num instante...- disse Loren.

- CHANTAGEM! - gritei.

- É ISSO MESMO! - disse tia Loren.- me acalmei, olhei para ela e disse:

- Também sei fazer.

- O que? - perguntou loren.

- Chantagem.... Só uso a roupa se você prometer que vai pegar o pai do Louis hoje na festa! - eu disse.

- Isso não vale garotinha! - reclamou Loren.

- Promete?- estendi a mão para oficializar o juramento.

- Sim, sim.. Está bem... Vou tentar! - disse ela saindo do quarto.

- Espera! -gritei. Assina aqui, e aqui, ah e aqui também!

- Você vai se ver comigo... - disse Loren puxando a caneta da minha mão.- ela saiu do quarto furiosa e eu liguei o computador tremendo... Minha mãe alugou um palco! Eu não tenho talentos visiveis! Sou uma negação cantando, fico nervosa com um publico de 3 pessoas.... Ai meu DEUS!!!

- ARTES CIRCENSES. - digitei no google.

- ISSO! - gritei. Só não sei como.... - Desci a escada correndo e gritando por Loren, a encontrei na mesa de doces... roubando jujubas. Seu ponto fraco!

- Foram só 3! - disse ela olhando pra mim.

- Sei, sei... tirando 300 fica três né?! - eu disse.

- 300 tira 3? Não! 300 + 3? 303?! - Loren fazendo sua contabilidade.

- ALELUIA! - eu disse.

- Me respeita criatura! - disse ela sorrindo. - puxei ela pelo braço e disse o que eu faria no ouvido dela.

- Diz a mamãe que vou pro salão! -

- Mas ela nao vaia creditar! Nós combinamos de ir todas juntas...

- Ai, diz que eu fui no salao da mae da minha amiga que é um pouco distante e que vocÊ vai me buscar.... Tchau! Me deseje sorte! Ah, não esquece do pano!!! E os trincos!!!- sai correndo antes que minha mae viesse me procurar.



8 horas se passaram...



- TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM- Loren tapa o telefone para Cix não escutar.

- Tia?! - sussurrei.

- Vou agora te buscar... A Cix ja perguntou onde era o tal salão e quase me obrigou a levar ela.

- Pode vim!- eu disse. Fiquei pensando no que eu falaria quando minha mãe visse meu cabelo... Eu não tinha ido a salão algum, eu fui treinar suspenção em lenço pra hoje a noite! Ela me mataria.... Ela arrancaria o lenço do palco com as unhas.

- Miss beleza! Da pra entrar no carro?! - disse Loren.

- Beleza interor , né? - arfei. Entrei no carro e ficamos inventando algo pra dizer...

- Onde as mocinhas estavam, heim? - perguntou Cix.

- Ah, mãe... demorou...A tia da mãe da minha amiga é fera!

- O que você fez no cabelo?- disse Cix. o que eu vou fazer...[pensei]

- SURPRESA! Só a noite verás... eu disse. - entrei correndo para ver se o lenço estava na forma correta.

- Gostou do lenço? - disse Loren.

- Pra que isso? Não vai atrapalhar as pessoas de fazerem seus numeros? - disse Cix.

- Decoração é TUDO! Eles que se virem...- eu disse.

- Menina abusada! Acho que eu merecia um obrigado....- reclamou Loren.

- OBRIGADA PITCHULINHA!- gritei do segundo andar. - minha mãe não viu meu cabelo preto, liso, até o ombro, exatamente igual porque Loren teve a brilhante ideia de me levar um moleton com capuz! - Tirei o capuz e fikei olhando no espelho... O que eu faria? Fui no google ver algumas fotos de pessoas que trabalhavam em circo e vi umas dançarinas de cabaré. Não sei o porque.... Mas estavam no circo.

- RESOLVIDO! - eu disse a mim mesma.

- honc! honc! o dispertador me avisando que eu tinha pouco tempo. Fiz o que tinha que fazer, vesti a roupa e fui para o palco. Tudo isso com a cobetura de Loren. subi no lenço e mandei abrir a cortina que tampava o palco. O DJ tocou a música circus da Britney Spears. Olha que eu nem tinha escolhido a música. E....... Voialá!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Coração de papel 2


Coração de papel 2





A sacola













- A resposta era certeira: ADOLESCÊNCIA! - ouvi passos em direção ao meu quarto. Voltei a deitar e me cobri com o lençol de nuves que eu tenho desde os 8 anos. - Aliás, estou começando achar que ta faltando um pedaço dele... Já não cobre meus pés. A porta abriu e escutei a tia Loren sussurrando:
- Olha a cara de anjinho que ela faz dormindo!
- Da até para acreditar nesse fingimento. Se não for publicitária já tem um outro emprego... - De repente o quarto ficou ensurdecedor num silêncio arrepiante. Eu torcia e retorcia os dedos dos pés, suava frio, vagarozamente levava as mãos na boca e mordia a ponta das unhas até que...
- ATRIIIIIIIIIIIIIIIIZ! - gritaram as duas pulando em cima de mim e começaram a fazer cócegas. Dei um pulo da cama e peguei o travisseiro mais próximo. Tinha dado ínicio a uma guerra, de plumas, bagunça e felicidade. As plumas voavam lentamente enquanto estávamos desesperadamente atacando umas as outras com movimentos brutos. Corri até a janela e percebi que as plumas faziam um caminho á fora, elas estavam se libertando de um saco de pano fechado ao qual viviam desde que foram arrancadas sabe-se lá de onde. Nem elas mesmas deviam saber, mas voavam com tanta certeza, com tanta precisão que pareciam conhecer o caminho de volta pra casa.
- Jess! Vamos tomar café...- disse Cix.
- Já estou indo...-respondi. - fiquei olhando as plumas por um bom tempo. Elas me faziam levitar mentalmente, esquecer de toda essa dor que havia no meu peito.
- Chegamos! - diz Loren.
- Não precisava! Eu já estava descendo... - eu disse.
- Hoje é seu dia querida. - diz Cix. peguei a bandeija recheada de cereais e chocolates e comecei a tacar os cereais molhado de leite na tia Loren.
-Jess! Não faz isso!- disse Cix.
-Ei, não pode brigar comigo.... Não hoje!
- Deixa ela Céssi! - disse Loren.
- Depois não reclama! - disse Cix descendo a escada. - Tia Loren apesar de ter seus 28 anos não era casada, não tinha filhos e as únicas amigas que ela tem sou eu e mamãe. Ela é dona de uma beleza estontiante... Cabelos negros jamelão ondulados até a cintura, boca rosada, bem sutil... olhos castanhos que pareciam duas amêndoas prestes a cair da árvore. Ela era meu referencial de beleza. Tanto exterior como interiormente. Ela ainda tinha a essência da juventude, não pelo fato de ser mais nova que Cix, mas é certo dizer que ela será eternamente moça, menina, garota, muleka...
- O que foi? - disse Loren
- Ah, nada...
- Você não olha fixamente para alguém sem motivo! - insistiu ela.
- Juro! nadiiiinha...- respondi.
- Já sei! Tem cereal no meu cabelo, acertei? - sorri pra ela desejando ter 10% de sua descontração e alegria. E disse:
- Não, é que... meu Deus! É hoje! Eu não tenho nenhuma roupa circense!
Já providenciamos Jess!
- Hum, vejo que não sou a única eficiente dessa casa. - eu disse. Caímos na gargalhada e fomos para o porão pegar as luzes do natal passado para enfeitar a porta da frente. Fomos para a cozinha onde já havia diversas opções de guloseimas e fotos antigas.
- Mãe que fotos são essa!? - perguntei com medo da resposta.
- Suas, minhas, nossas, da Loren, do seu pai, dos seus falecidos avós... - Loren fez uma cara de interrogação até que Cix resouvel explicar mesmo antes de abrirmos a matraca.
- O tema não é: Circo, a infância passageira?!- fizemos que sim com a cabeça.
- Então, peguei todas as fotos dos halloweens passados e vou grudá-las na bancada da mesa como decoração. Se é pra falar de passado, vamos vive-lo!
- Eu, eu.... Eu realmente não sei como você consegue ser tão... tão...
- Sem palavras? Eu sei.. ficava assim á cada trabalho da sua mãe. - diz Loren. - Olhei para minha mãe e disse:
- Tão talentosa!
- Vamos parando com essa doceria de elogios e vamos agir! Temos uma festa!- Não via minha mãe animada assim á tanto tempo....Eu ficava a observando, muito mais do que agindo... Não que eu não quisesse, mas eu seria ela daqui á uns anos. Deveria mesmo aprender a ser Cix agora. Realizarei os onho dela de ser uma publicitária famosa. Isso é uma promessa desde que ela largou seu emprego para cuidar de mim.

- Já preparou o seu número?- disse Loren.

- Número? - perguntei.

- Vai da uma olhada na sala central. - ela respondi.- Fui correndo ver o que havia na sala, e de que número ela falara. Quando cheguei...

- Sério? - disse olhando para minha mãe.

- Querida, você pode! Você é tão talentosa quanto a... Quanto a...

- Mãe! Não tem condições! Eu achei que esse era um aniversário para me apresentar dignimante para a sociedade e não um desastre social que vai manchar minha vida. - Corri para o quarto e tranquei a porta.

- Jess! Abre!! disse Loren.

- Jess, para com isso.. você não precisa fazer senão quizer...- disse Cix

- Jeeeeeeeeeeeess , eu vou entrar e te dar uma ideia... se você achar muito infantil aí a gente exclui esse papo, ok? - abri a porta de vagar e vi Loren com uma sacola nas mãos, ela entrou e disse:

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Coração de Papel *.*


mon cœur ne sait pas pourquoi ...
- Saindo do carro avistei a porta entre-aberta. Meu pai só volta ás 18:00, quem será? [pensei]. Olhei para minha mãe e disse:

- Mãe! - em tom de advertência.- ela olha para mim com uma expressão confusa e diz:

- O que foi? - num tom de preocupação.

- A porta... está aberta!- eu digo apontando para a brecha que dava espaço para o medo e me tirava o fôlego. Olhei para a minha mão buscando uma arma, uma forma de me proteger ou atacar... Vi apenas um papel em forma de coração com um outro coração desenhado em vermelho. Lembrei da parte boa, de seu significado: Energia, força, paixão, e dei um passo. Mas logo a frente avisto um pano grande e cinza pendurado na porta. Cinza... [pensei] Não conseguia me lembrar o significado daquela cor, mas algo me dizia que não era bom.

- Lembrei! - eu disse gritando. Minha mãe me olhou confusa e pôs o dedo na boca para eu me calar. Ela estava tentando ligar para o papai, talvez ele tenha chagado mais cedo.

Cinza: medo ou a depressão, mas é também uma cor que transmite estabilidade, sucesso e qualidade. Achei prudente arriscar. Estou dando passos pequenos e trémulos, quando minha mãe diz sussurrando:

- Jess! Volta aqui! Seu pai ainda está no trabalho.... Vou ligar para o telefone da casa e a gente fica escondida na janela da sala para ver quem está lá . - sempre admirei minha mãe pela inteligência, apesar de ter largado sua profissão de publicitária para cuidar de mim. Abaixamos para não sermos vistas na janela e o telefone deu seu primeiro grito trémulo:

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM- nada!

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM- dessa vez um pouco mais longo.

TRIMM- o telefone foi brutamente calado. Quando estamos nos levantando pra ver quem está lá minha mãe desliga o celular e diz aos berros:

- Claro! Mes esqueci completamente!

- Mãe! Você está louca?! Deixa pelo menos eu ter uma festa de 14 anos, depois eu morro! Numa boa.....

- É a Loren! - diz Cix abobalhada. - demos a volta na casa e invadimos a porta com tal brutalidade que o pano cinza caiu no chão.

- Ah, as donzelas resolveram voltar para casa?! - diz Loren com as mãos na cintura e o pé batendo no chão. Dou impulso e pulo em seu pescoço.

- Desde quando está aqui? - pergunto.

- Cheguei agora! E trouxe sua festa, como prometido!! - Loren é dona de um buffet de festa infantil, sempre adorei suas festas.... até os 8 anos! Olho com medo a caixa que me encara e deixa fluir um babado vermelho dela. Lembro do significado da cor e logo fico animada!

- Prefiro não abrir! - eu digo.

- Porque? - diz Loren.

- Sei que vai ser boa... Pela cor! - respondo.

- Vai sim! Na vinda pra cá contratei um palhaço na rua, acredita? - diz Loren.

- Não! Eu não acredito! - respondo indignada.

- Não entendi! - diz Loren.

- Oh mãããããeee!!!! A tia Loren contratou um "PALHAÇO" ! Eu serei oficialmente uma adolescente amanhã!! - corri para a caixa que me encara agora timidamente e deseperadamente a abri.

- Ai meu Deus! O circo passou pela cidade e resolveu estacionar na minha sala?! - olho para minha tia que estava meio sem graça com a situação e com meu ataque de gente grande e digo mesmo contra vontade:

- Vai ser divertido!

- Jessica, você não captou o tema da festa! - diz Cix. Olho para ela desconfiada...

- A festa é uma despedida para a sua infância.- logo me vem um estalo na cabeça e eu digo:

- Liga para os convidados!

- Pra quê? - Loren pergunta.

- Diz que o tema da festa é : Circo! A infância passageira. E manda todos vir com trajes circenses.

- UAU! Essa menina vai ser publicitária como você Cecília! - diz Loren olhanod para Cix minha mãe.

- Tem talento! - diz Cix sorrindo cheia de orgulho. De repente as ideias começam a pipocar na minha cabeça frenéticamente e começo a tagarelar mudando de ideia á cada dois segundos.

- E aí, convidou o Louis?! - diz Loren. Louis! [pensei] reviro os olhos.

- Convidei forçada! - respondo.

- Como assim? No verão passado você amava ele....

- Claro! Eu só conhecia ele de garoto! Não vou a escola, muito mal vou ao cinema.... como gostaria de outro garoto?! - ela se cala , franzi a testa e junta as sobrancelhas. Antes mesmo dela abrir a boca eu digo:

- Meninas amadurecem mais rápido que os garotos... Supomos que eu amadureci um ano á mais que Louis, e que ele é um ano mais novo que eu, e por toda essa barra que eu passo indo ao hospital quase todos os dias, tendo aulas particulares em casa e blá blá blá.... eu amadureci mais 2 anos. São quatro anos de amadurecimento precose á frente de Louis. Diminuindo a idade dele que é treze, seria como namorar um mulequinho de 9 anos. ÉCA! Garotos de 9 anos brincam de carrinho e choram quando passam em frente a uma loja de doces. Fora de cogitação!

- Vamos enfeitar a casa!- diz Loren me cortando e sorrindo. - Papai chegou tarde hoje e nós não jantamos na mesa como de costume, pedimos pizza. Ficamos até ás 2:00 da madrugada enfeitando a casa e depois fomos dormir!

- Honc, honc! - grita o despertador com preguiça! Levanto, olho em volta e deito. Fecho os olhos e lembro que é o dia. O grande dia!! Dou um pulo da cama e grito:

- ADOLESCÊNCIA ou Morte?! - tá, me inspirei em Dom Pedro.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Coração de papel.

Capítulo 1.



VERMELHO





















9:00 horas da manhã, anuncia o relógio . Olhando por esse ângulo.... vejo 6:00 da manhã! - resmungo uma frase qualquer, sem sentido e volto a dormir. Não por muito tempo!

- Jess!!! Está na hora....- grita Cix. Finjo que não ouvi e continuo a dormir.

- Jess, se você não levantar a gora pode esquecer seu bloco de papel e suas canetas coloridas! - diz Cix.- dou um pulo da cama e começo a me vestir. Minha mãe não gosta muito dos meus corações de papel, ela diz que um dia eu vou me magoar.... Que nem todos os corações são bons!
Mas eu preciso viver esse lado da vida. Meus pais não tem o direito de me privar das maldades. Como saberei se estou sendo leviana? Como saberei que estão sendo leviano comigo? Como saberei na prática o que é a maldade? Isso está no ser-humano há séculos... Até um bispo, um padre, qualquer outra pessoa que aos olhos sejam boas pessoas tem seus momentos de ira. E pra falar a verdade, estou me enraivecendo com toda essa situação.

- Jess, já está pronta? - grita Cix.

- Sim mamãe! - respondo para agradá-la. Aliás amanhã faço 14 anos. Já passei do tempo de chamar mamãe. - desço a escada correndo e Cix diz:

- Filha!Cuidado! Sabe que não pode radicalaizar.... - Minha mãe tem mais medo de perder a minha vida do que eu. Desde os meus 7 anos estou numa fila, á espera de um transplante de um órgão. Esperando por uma parte que exerce uma função nos corpos organizados. Além da espera da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade entre o doador e o receptor. Por isso, nem sempre o primeiro na fila é o próximo a receber um órgão.

- O mundo é tão grande e tão egoísta! Sinceramente não acredito em reencarnação, mas acredito em uma forma de viver para sempre. Haverá um dia em que seu cérebro não mais funcionará, e basicamente para sua vida esse será o fim. Tentarão introduzir vida artificial através de máquinas e bregutes feitos por Nerds. A imortalidade é mais fácil de ser conquistada do que você imagina. Dê seus olhos a uma pessoa que nunca viu um nascer do Sol, ou o rosto de um bebê, Ou o amor nos olhos da pessoas amada. Dê seus rins a uma pessoa que depende de uma máquina para existir, semana a semana. Pegue seu sangue, seus ossos, cada músculo e nervos de seu corpo para fazer uma criança alejada corre atrás de uma bola ou simplesmente fazer aulas de ballet. Pegue suas células e mande usá-las de alguma forma que um garoto mudo seja capaz de gritar quando o seu time de fultebol marcar um gol; Ou uma menina cantarolar na frente do espelho imitando a sua cantora preferida. E finalmente, dê seu coração a uma pessoa a qual o coração só fez sentir dores.

- Sei que é duro dizer e ouvir isso, mas eu amadureci anos em meses. Desde que passei a entender minha situação e a gravidade, eu tive que deixar as bonecas, a escola, os amigos, a felicidade. Me tornei uma "pequena-grande menina" como diz minha tia Loren.

- Depois de ter feito todos os exames fomos para a sala do dr. Fiorelli. Ele sempre simpático já se acostumou com meu bloco de papel em forma de coração e diz:

- Cadê seu coração?

- Aqui está! - respondo entregando o bloco com o estojo de canetas coloridas.... Pode parecer besteira, mas a cor é o que mais importa pra mim. Claro que eu leio as frases, mas as cores tem um significado muito forte. Ele pegou a cor Verde dessa vez e escreveu:

- NÃO DESISTA!
Verde : serenidade, poder de cura, compaixão... Claro que toda cor tem seu lado ruim.

- Verde: Farsa, ciúme... - Aposto sempre no lado bom das coisas. Viver é isso, aprender com as dificuldades e se superar!

- Obrigado dr. Fiorelli! - eu digo feliz da vida pelo significado e a força que a cor verde me dava.- Saímos de lá e no sinal havia um homen fazendo malabares. Ele se aproximou e eu baixei o vidro do banco do passageiro. Olhei para a minha mãe e não precisei dizer nada. Ela simplesmente abriu o porta-luvas e me deu umas moedas. Entreguei as moedas para ele e junto o meu bloco e o estojo com as canetas, e disse:

- Pode deixar um recado pra mim? - ele fez que sim com a cabeça e e ficou pensando no que escreveria. O sinal estava prestes a abrir quando finalmente ele se apoiou na parte de cima do carro para escrever e logo me entregou. Não quis olhar a cor , e nem o que ele escrevera logo de cara. Tomei o bloco sem olhar e fechei, recolhi o estojo e decidi ver só em casa. Não aguentei de curiosidade. Fui abrindo de vagar e pra minha surpresa havia um coração desenhado. A cor? Vermelho!
Vermelho: Energia, força, paixão, medo, ego, ódio...

- Aquilo me fez refletir até chegar em casa. Como o coração pode abrigar sentimentos tão complexos? Ódio, amor. Felicidade, tristeza. Carinho, raiva.Era disconcertante de tão contraditório. Fecho os olhos na tentativa de desvendar o interior, ultrapassar o limite da ciência. Em vão. Ouvir o coração é escutar os sentimentos. Paupear as energias e materializar seus desejos.

Amanhã faço 14 anos e sei bem o que vou pedir de aniversário....

sábado, 30 de janeiro de 2010

Coração de papel



Coração de papel.




O que despeja na boca as palavras

E na morte é silêncio fatal

O que da ritmo ao corpo

Aos poucos se desmantela,

vira final

Mas o que pode se entender

sobre final?

Talvez o final seja o início

de um recomeço arrebatador

Uma nova chance de ser

aquilo que você mais....

...odeia.