Capítulo 4.
Sonhos fotografados.
- Não importa! Você não iria acreditar mesmo...- disse Dereck.
-Claro que importa! Você sai da cadeia e não avisa seus pais, vai para New York e me traz até Paris, tudo isso antes do dia terminar e você diz que não importa?! - eu disse gritando.
- Britt você disse que confiava em mim... - disse Dereck.
- Ai meu DEUS! Você está foragido?! - perguntei.
- Não, eu fui solto! - disse Dereck.
- E eles te deram dinheiro por ter te prendido injustamente? - perguntei.
- Não. - disse Dereck.
- Então... Dereck, quem era o cara que estava falando com você quando eu estava vendada? - perguntei.
- Meu pai... Foi ele que me trouxe aqui com você e ele me emprestou a grana para bancar o jantar romântico... - disse Dereck.
- Ah, sei. E o Tom agora é mágico! - eu disse com ironia.
- Não exatamente... Mas ele pode se teletransportar.
- Dereck? Você não parou de ver desenhos? - eu disse.
- Britt, eu te trouxe aqui justamente por isso. Pra te contar a verdade...
- Que verdade? Que você ainda vê desenhos animados e acha que a vida é um? - indaguei.
- Os menbros da minha família sofrem de uma anomalia genética. Quando temos um sonho intenso ou sentimos que alguém que é ligado á nós está em perigo, nós conseguimos nos teletransportar. E como sosmos descendentes de franceses e toda essa história começou aqui... Achei que deveria te contar aqui. O nosso campo de força, onde somos mais forte está aqui em Paris. Na torre Eiffel. Quer ir lá? - disse Dereck.
- Nossa! Daria uma ótima história em quadrinhos... - eu disse rindo.
- Só se a mocinha aceitar o convite. - disse Dereck.
- Ok! Eu vou! - eu disse. - Fomos andando até a torre, não tinha muito movimento de pessoas e o Sol estava deixando a tarde para a neblina gelada da noite tomar conta do ambiente. Mas ainda estava claro. Quando chegamos na torre Dereck começou a tremer compulsivamente.
- Você está bem? - perguntei.
- Sim, evoluindo. - disse ele.
- Que pena o elevador está ruim. - eu disse.
- Não se a mocinha aceitar ser teletransportada. - disse Dereck.
- Claro! Seria ótimo! - eu disse debochando da situação. - Dereck me abraçou e ainda estava tremendo. Eu não sabia mais o que me fazia balançar, se era Dereck com aquela tremedera ou o batuque que meu coração fazia com medo de ser mesmo teletransportada. Depois vi seu rosto se partindo em minísculos pedaços e um vento estrondoso veio sobre nós. Fechei meus olhos e senti meu corpo se desfragmentando em partículas e em segundos estávamos no alto da torre.
- Ah, que isso?! - gritei.
- Calma! - disse Dereck.
- Calma nada, me tira daqui! Eu ja devia ter desconfiado pela neblina... - eu disse.
- Dominei, dominei! Evolui! - gritava Dereck feliz.
- Dereck isso não tem graça! - eu disse.
- O que? Se teletransportar? - perguntou ele.
- Teletransporte... Sai logo do meu sonho! Eu vou pular da torre! Assim eu vou acordar com o susto e ainda vou crescer alguns centímetros. - eu disse indo para a beira da torre Eiffel.
- Brittany não faça isso! - disse ele com autoridade e já nervoso.
- Faço sim! O sonho é meu! - eu disse abrindo os braços para me jogar. Tirei o pé esquerdo da barra que separa o chão da torre do nada doa ar que me faria cair como uma maçã podre. A maçã pecadora do Jardim do Éden. Dereck se aproxímou e eu me joguei. Foi uma sensação desesperadora e ao mesmo tempo feliz. Pela primeira vez na minha vida eu estava me arriscando. Mesmo que num sonho. Dereck se jogou logo atrás de mim, consegiu me agarrar e ...
Caímos no meu antigo quarto, em cima da minha cama, na casa de Christine.
- Sai de cima de mim! - gritei. - Dereck tapou com a mão a minha boca para que ninguém nos ouvisse. Tarde demais. Christine abriu a porta e disse: